Depois que o Banco Central do Brasil anunciou, na noite desta quarta-feira (2/8), corte de 0,5 ponto percentual nos juros básicos - o que derrubou a Selic de 13,75% para 13,25% - , a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) classificou a decisão como "insuficiente para estimular a economia".

"Não é o suficiente para reverter o alto custo do crédito, o investimento em baixa e a economia em marcha lenta. O cenário atual já comporta um corte mais expressivo, uma vez que a inflação está sob controle, com viés de baixa acentuada", afirmou o presidente da Fieg, Sandro Mabel.
 
Apesar de ser a primeira queda do indicador nos últimos 12 meses, para o setor produtivo a decisão foi tímida e de pouca expressão, sobretudo considerando estimativas do mercado que apontam que a inflação ficará dentro da margem estabelecida na meta do governo, entre 1,75% e 4,75%.
 
"Para que houvesse um reflexo na economia ainda em 2023, o corte na Selic deveria ter sido algo em torno de 1 a 2 pontos percentuais. Uma redução de 0,5 ponto percentual demora de 3 a 6 meses para ser refletida na ponta e, dependendo do risco da operação ou do sistema financeiro, pode demorar ainda mais tempo", explicou Mabel.
 
A escalada da taxa básica de juros começou em 2021, saltando nesse ano de 2% para 7,75%. Em 2022, a Selic chegou aos 13,75%. A expectativa é de que o indicador encerre o ano de 2023 próximo dos 10%. A próxima reunião do Copom está marcada para 19 e 20 de setembro e a expectativa do setor produtivo é de que haja um corte mais expressivo da taxa.