Goiás pode ficar sem recursos para investimentos prioritários como saúde, educação e segurança pública, setores que se destacam a nível nacional por conta de índices positivos, conquistados desde 2019. O alerta foi feito pelo governador Ronaldo Caiado durante passagem, nesta terça-feira (22/8), pela região Nordeste do país no encontro do Lide – Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco, em Recife, em que ressaltou as consequências negativas caso o atual texto da Reforma Tributária seja aprovado no Senado Federal. 
 
“Não consigo entender como esse projeto, da forma que está, é levado para frente sem que haja uma planilha ou simulação dos prejuízos que a população terá. A pergunta que faço é: como você trata de um assunto que atinge a vida de todos sem ter um estudo concreto?”, questionou Caiado. O governador apresentou uma visão objetiva destacando ameaças iminentes ao mercado de trabalho, educação, programas sociais, melhoria do ambiente de negócios, segurança pública e infraestrutura.
 
O chefe do Executivo goiano ainda apontou que a proposta atual pode comprometer mecanismos essenciais para o desenvolvimento regional e desequilibrar o pacto federativo, centralizando decisões tributárias que tradicionalmente pertencem a estados e municípios. Da forma como está, restaria a um conselho federal, a ser criado, definir recursos para compensar essas perdas. 
 
É que com a aprovação do atual modelo que está em discussão no Senado Federal, a cobrança de impostos passa a ser concentrada em estados que são grandes consumidores e não produtores, como é o caso de Goiás, além de provocar a transferência de grandes indústrias de estados em desenvolvimento justamente para os grandes centros. O que pode ocasionar perda de empregos nessas regiões. 
 
Estados do Nordeste e Centro-Oeste do país poderão ter uma redução drástica de arrecadação, o que provocará a perda de recursos importantes para investimentos em infraestrutura (construção de rodovias e hospitais), saúde (verbas para custear unidades regionais e cirurgias), educação (repasse do programa Bolsa Estudo), segurança pública (aquisição de viaturas e aumento de efetivo) e políticas de desenvolvimento social (programa de distribuição de renda, como o Mães de Goiás).