O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defendeu o sistema integrado de segurança pública durante a palestra na Assembleia Legislativa de Sergipe, nesta sexta-feira (23/5), durante o Seminário da Frente Parlamentar da Segurança Pública no Congresso Nacional. O chefe do Executivo goiano engrossou o coro contra a atuação do governo federal na área e a tentativa de concentrar poder a partir do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

Caiado criticou o governo Lula por querer usar o Sistema Único de Saúde (SUS) como modelo para a segurança pública, sem considerar as particularidades e diferenças de cada área. “Estão querendo copiar o SUS. Mas pneumonia a gente trata em Sergipe, Goiás ou em São Paulo com o mesmo protocolo. Em segurança pública, não. O crime é diferente em cada estado. E o sistema não pode ser único, mas deve ser integrado. É buscar uma forma conjunta de atuação, com sala de comando de inteligência e operacional que funcione”, afirmou.
 
Para o governador, a União tem sido “conivente e complacente” com o crime no Brasil, e que, enquanto não se cria uma forma efetiva de combate, as organizações criminosas estão se aprimorando, tanto em armamento – mais eficiente que o utilizado pelas polícias – quanto em estrutura. “Hoje a venda de drogas é um suvenir das facções. Com tamanho caixa, estão entrando no setor imobiliário, concentrando os postos de gasolina, supermercados e usinas de cana. Estão entrando em todas as áreas da economia do país”, denunciou.
 
Caiado também falou da inércia do governo federal no quesito investimento. “Em seis anos e cinco meses, investimos R$ 17,5 bilhões na segurança de Goiás. Quanto recebi de contrapartida? R$ 960 milhões. Ou seja, 5% do que investimos. E as polícias estão agindo em combate a crimes federais, como lavagem de dinheiro e contrabando de armas e drogas”, pontuou.
 
O seminário em Aracaju (SE), do qual Caiado participou, foi promovido pela Frente Parlamentar de Segurança Pública no Congresso Nacional. O grupo atua na articulação entre o Legislativo, o Executivo e a sociedade civil, buscando soluções legislativas e institucionais para os desafios enfrentados na área. Participaram do evento representantes de associações e federações de polícias, além de deputados por Sergipe.