A Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego) fechou parceria empresarial, com transferência de tecnologia, para produção e comercialização de produtos à base de cannabis medicinal. A ação foi publicada no Diário Oficial do Estado na terça-feira (14/3). A previsão é de que a produção seja iniciada em junho, pois depende de questões sanitárias e de importação. 
 
Em Goiás, tramita um projeto de lei que institui a política estadual de fornecimento gratuito de medicamentos, fitofármacos e fitoterápicos prescritos a base da planta inteira ou isolada, que contenham na composição, fitocanabinóides, como Canabidiol (CBD) Cannabigerol (CBG), Tetrahidrocanabinol (THC), nas unidades de saúde pública estaduais e privadas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A nova normativa prevê o acesso universal ao tratamento de saúde com os derivados da planta, além da pesquisa sobre propriedades medicinais. Em Goiânia, já é realidade, a capital possui uma legislação própria aprovada.
 
Por se tratar de uma estatal que possui como principal acionista o Governo de Goiás, a Iquego tem como finalidade produzir e comercializar medicamentos e produtos para a saúde atendendo demandas do Ministério da Saúde, Secretarias de Saúde estaduais e municipais.
 
Sobre a cannabis medicinal
O canabidiol é um medicamento derivado da Cannabis, a planta da maconha, que é capaz de atuar no tratamento de doenças que atingem o Sistema Nervoso Central do ser humano. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mais de 100 mil pacientes realizam algum tipo de tratamento que necessita do uso do canabidiol, também conhecido como CBD. No ano de 2021, mais de 66 mil medicamentos à base de Cannabis foram importados para o Brasil e o uso medicinal e industrial do canabidiol já é regulamentado em aproximadamente 50 países.
 
Apesar de existir a possibilidade de autorização para a importação, o processo ainda é considerado muito burocrático no Brasil. Além disso, o custo dificulta o acesso de grande parte daqueles que precisam.